Do Blog Espaço Aberto
O advogado Luiz Neto não ingressará no TRE como juiz efetivo, titular.
Entrará como primeiro suplente.
Ele integrou uma lista tríplice, juntamente com outros dois advogados, Iranélio Rocha e Hércules Rocha, que não têm qualquer vínculo de parentesco, muito embora tenham Rocha como um dos sobrenomes.
Os três foram submetidos à apreciação do presidente Lula, que escolheu Luiz Neto.
Como o mandato do juiz André Bassalo já expirou, Luiz Neto assumirá logo no seu lugar.
Mas Bassalo, ao que se informa, entrará numa lista de recondução.
Se vier a ser conduzido, Neto pula fora do TRE, continuando apenas como primeiro suplente.
Pois é.
Mas o certo é que a escolha de Luiz Neto não foi assim, digamos, tão à toa.
Foi articulada pessoalmente por Sua Excelência o prefeito Duciomar Costa.
As articulações começaram a ser feitas em Belém, em março passado, quando esteve por aqui o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (na foto).
Padilha chegou por aqui e, entre um contato político e outro - sobretudo com peemedebistas àquela altura já bastante avessos a uma aliança com Ana Júlia -, eis que se encontra com Duciomar.
O prefeito pediu-lhe para dar uma força lá por cima, lá pelo Planalto.
A forcinha seria para Luiz Neto ser o escolhido pelo presidente Lula.
O blog apurou que dois ou três emissários petistas, de altíssima catiguria, de altíssimo calibre, de altíssimo coturno, teriam feito gestões junto ao Planalto para que o pedido de Duciomar não fosse atendido.
Mas não conseguiram, não.
O presidente acabou atendendo a um pedido que proviera de personagem que integra partido integrante da base aliada do governo.
No caso, o PTB.
O PTB de Duciomar Costa.
Duciomar, o prefeito que está na iminência de ter sua cassação confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará.
É assim.
As coisas funcionaram exatamente assim.
No Pará e além-fronteiras.
Ou além-divisas, se quiserem.
Mas é assim.
Putz!
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Nota do Folha: Publicamos esta matéria para que a população entenda a influência do executivo no Poder Judiciário. Na democracia plena os poderes são harmônicos mas independentes.
No Brasil na verdade temos uma "Ditadura Branca", em que a influência do executivo nos outros poderes é excessiva.
Infelizmente é isso aí, não vemos outro caminho para a democracia no Brasil do que o controle popular.
O povo tem que tomar as rédeas do seu destino, tem que ser o ator principal em todos os momentos e não apenas no dia das eleições.