A maioria das pessoas tem uma ideia errada do contratado no serviço público, e este texto tem como objetivo explicar que o contratado, aquele que realmente trabalha, na verdade é uma vítima do mau gestor.
É bom esclarecer mais uma vez que estamos aqui defendendo o contratado que realmente trabalha e que precisa realmente do emprego, não estamos falando do vadio que só recebe no final do mês e que nem mesmo mora na cidade, ou até mesmo no Estado. Também não estamos falando no filhinho de papai que "trabalha" apenas para por gasolina no carro e farrear, estamos falando do cidadão arrimo de família desempregado que precisa do emprego para se sustentar e sustentar a sua família.
O TRABALHADOR contratado precisa trabalhar, pois a crise de desemprego em Tucuruí está alarmante, com um grande número de famílias indo embora da cidade por falta de oportunidade.
Quem mais movimenta dinheiro na cidade é a prefeitura, mas a PMT está falida e paga o salário dos servidores municipais parceladamente, uns 20/30% em dia e o restante, os 70% que são os descontos com plano de saúde e compras a prazo no comercio pela ASERT, as contribuições sindicais e parcelas de empréstimos consignados são pagos com atraso de até quatro meses, causando sérios prejuízos ao comércio e à rede hospitalar na cidade.
Somados a isso tem as compras diretas da prefeitura no comércio e os pagamentos das empreiteiras que atrasam meses à fio, quando são pagas. Estes atrasos geram prejuízos e demissões no comércio e na prestação de serviços, agravando ainda mais o desemprego na cidade.
Diante deste quadro perverso, muitos trabalhadores são obrigados a pedir aos políticos emprego na prefeitura em troca do voto seu e da família, e de trabalhar de graça nas campanhas eleitorais dos políticos e seus candidatos.
Quando conseguem o emprego, são humilhados pelos chefes e ganham menos que os funcionários efetivos que fazem o mesmo trabalho, além disso, não tem direito à indenização quando demitidos, são demitidos todo ano no mês de dezembro e recontratados em fevereiro e março, ou seja, trabalham 12 meses e só recebem 10 ou 11 meses por ano, e ainda tem de bajular o prefeito e seus amigos e votar em quem eles mandam, senão estão no olho da rua sem direito a nada, com uma mão na frente e outra atrás, em uma situação de semiescravidão.
Pior, a Prefeitura passa oito anos sem fazer concurso público, e quando faz o concurso é parcial e com um número mínimo de vagas, tirando assim as chances dos contratados, os mantendo cativos e ainda por cima o concurso não é confiável. O Concurso Público seria a única forma do contratado ser livre, poder ter e expressar sua opinião, e votar em quem bem entender sem medo e sem dar satisfação a ninguém.
E não é só a escravidão eleitoral, tem também a escravidão sexual, em que políticos oferecem emprego e cargo público em troca de favores sexuais, não é incomum a população tomar conhecimento de escândalos envolvendo políticos e funcionárias contratadas e em cargos de confiança.
E não é só a escravidão eleitoral, tem também a escravidão sexual, em que políticos oferecem emprego e cargo público em troca de favores sexuais, não é incomum a população tomar conhecimento de escândalos envolvendo políticos e funcionárias contratadas e em cargos de confiança.
Portanto a população de Tucuruí e os efetivos da Prefeitura devem respeitar e entender a situação dos contratados, pois estas pessoas são praticamente escravas e não tem ninguém que os defenda e lhes dê uma oportunidade de regularizar a sua situação, em sua maioria os contratados são pessoas dignas, trabalhadoras e que são apenas vítimas da ambição, da ilegalidade, da impunidade e do descaso e desrespeito para com a pessoa e a dignidade humana por parte dos maus políticos.