Aumento significativo de homens que se relacionam fora do casamento movimentam indústria no país e transformam mulheres em 'acessórios de luxo'.
Por: Marie Claire
Se na maioria dos países os relacionamentos extraconjugais são vistos com maus olhos, na China o papel da amante está se transformando em um novo tipo de profissão. Jovens de vinte e poucos anos, ainda estudantes universitárias, direcionam o foco para fisgar homens casados e, assim, garantir meses de diversão, guarda-roupas repletos de looks grifados e até apartamentos de luxo, nos melhores bairros de Pequim.
De acordo com artigo publicado no site The Daily Beast, a nova tendência não para de crescer, pois ter uma namorada fora do casamento é hoje sinônimo de status social no país. Mulheres são transformadas em acessórios de luxo e exigem investimentos caros. Em troca, elas não traem e estão sempre muito arrumadas para acompanhar os namorados em eventos empresariais. Embora o país seja conhecido por sua cultura conservadora, pesquisas revelam que a infidelidade não para de crescer e já está gerando impactos até na economia.
Uma estudante universitária de 20 anos de idade, que preferiu não revelar o nome, contou ao site que está namorando um homem casado de 40 anos. De acordo com a fonte, o relacionamento começou durante uma excursão e só tem benefícios: ela recebe toda a atenção de que precisa, tem as contas pagas e um motorista particular para levá-la e buscá-la na faculdade. "Não imagino um futuro para nós, mas também não há perspectivas com um homem solteiro, da minha idade. Eles não sabem de nada", afirmou. A jovem é um dos novos "símbolos de status" da China. Um tipo de "amante ostentação".
Os anos de profunda pobreza, ainda presentes na memória da população, estimulam o novo comportamento de homens e mulheres chineses, já que a importância à riqueza material é valorizada e é preciso encontrar maneiras novas de mostrar o que tem. Eles querem exibir, elas querem ser exibidas.
Outra questão que permitiu o fortalecimento da classe das amantes é a aceitação social. O papel da "outra mulher" foi institucionalizado desde muito cedo na China com o confucionismo, sistema filosófico assumido como oficial no país por mais de 25 séculos e que hoje é seguida por 25% da população. Na doutrina, casos extraconjugais são condenados, mas não quando envolvem prostitutas, pois no passado elas podiam dar à luz a herdeiros dentro da estrutura da família dinástica.
As amantes de luxo, em muitos aspectos, se parecem com garotas de programa porque, para elas, a prioridade no relacionamento são os bens materiais. Os efeitos dessa mudança na economia e na sociedade da China não param de crescer. Resta saber se a nova tendência irá se espalhar tão rapidamente por outros países.
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