Jovem foi mutilada por ordem de comandante do Talebã
A imagem de uma jovem afegã que teve o nariz e as orelhas arrancadas por seu marido ganhou nesta sexta-feira o prêmio World Press Photo como melhor foto jornalística de 2010.
Bibi Aisha, 18 anos, moradora da província de Oruzgan, no centro-sul Afeganistão, sofreu os ferimentos por ordem de um comandante do Talebã depois de ela ter fugido de seu marido, alegando que era tratada com violência por ele.
Bibi foi encontrada pelo Talebã na casa dos seus pais, onde buscou refúgio. após o veredicto imposto pelo comandante, o cunhado da jovem a prendeu no chão, para que depois o marido executasse a mutilação.
Abandonada, a jovem afegã acabou resgatada por militares americanos e equipes de ajuda humanitária. Ela agora mora nos Estados Unidos, onde passou por uma cirurgia de reconstituição na face.
A imagem premiada foi feita pela fotógrafa sul-africana Jodi Bieber, tendo estampado a capa da revista semanal americana Time em agosto do ano passado. Este é o oitavo prêmio World Press Photo ganho pela sul-africana.
"Esta pode se tornar uma daquelas fotos - e nós temos talvez somente dez delas em nossa era - que, quando alguém comentar, 'você sabe, aquela foto de uma garota...', você saberá exatamente do que se está falando", disse o presidente do júri, David Burnett.
"(A fotografia) é forte porque a mulher parece ter tanta dignidade", afirmou a integrante do júri Ruth Eichhorn.
Brasil
O júri, formado por 19 pessoas, premiou fotógrafos em nove categorias. Em cada uma delas, foram dados prêmios separados para imagens únicas e para séries de fotos, fossem elas ensaios ou portfólios de profissionais.
A foto da jovem afegã, além de vencer o prêmio principal, também foi a primeira colocada na categoria "Retrato".
Mais de 5,8 mil fotografias participaram da competição. A premiação é realizada pela fundação World Press Photo, com sede na Holanda.
O fotógrafo brasileiro Alexandre Vieira, do jornal O Dia, ganhou uma menção honrosa por uma série de fotos de um tiroteio em uma rua do Rio de Janeiro ocorrido em março.
Além disto, o júri deu outra menção honrosa a uma série de 12 fotografias feitas pelos mineiros que ficaram presos por 69 dias na mina San José, no Chile, a 700 de profundidade, até serem resgatados em 13 de outubro de 2010.
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