Bombeiros trabalham em escombros do edifício Pyne Gould Guinness, onde estaria Ann Voss
Ann Voss diz ter se refugiado debaixo de mesa quando teto desabou
Uma australiana presa sob os escombros de um edifício desabado após o terremoto desta terça-feira em Christchurch, na Nova Zelândia, conseguiu ligar para os filhos para se despedir e chegou a dar entrevistas à mídia local para pedir ajuda antes que a bateria de seu celular acabasse.
A mulher de meia idade, identificada como Ann Voss, disse ter sobrevivido ao tremor ao buscar refúgio debaixo de sua mesa no escritório onde trabalhava , no edifício Pyne Gould Guinness.
“Fui para debaixo da mesa (quando o tremor começou) e o teto caiu sobre a mesa. Estou apertada aqui debaixo, não consigo me movimentar”, disse ela à TV Seven Network.
No escuro e com um ferimento na mão, ela disse que a experiência estava sendo “absolutamente aterrorizante”.
Voss é uma das cerca de 300 pessoas que as autoridades neozelandesas acreditam estarem ainda presas sob os escombros de construções desabadas em Christchurch.
Na manhã desta quarta-feira, o resgate da australiana chegou a ser anunciado pela mídia local, mas pouco depois se descobriu que a mulher chamada Anne retirada dos escombros do mesmo edifício era outra pessoa.
Limite
“Há pouco tempo pensei que tinha chegado ao limite, que era tchau Ann, mas consegui me mover um pouco e respirar um pouco melhor, porque não estava conseguindo respirar, não tinha ar”, disse Voss a outro canal neozelandês, o TV 3.
“Agora tenho um pouco mais de ar, estou mais contente”, disse.
Ela contou ainda ter deixado uma mensagem de despedida no celular do filho e ter falado com a filha, numa situação descrita por ela como “horrível”.
“Minha filha estava chorando, e eu estava chorando, porque realmente pensei que tinha acabado ali. Mas você precisa dizer a eles que os ama, não?”, disse.
A mulher disse ainda estar com um sangramento na mão, que ela acredita ter sido atingida por estilhaços de vidro ou pedaços do piso.
'Não vou desistir'
Ela contou ter se comunicado com um dos colegas do escritório, Jim, batendo em sua mesa, mas que não havia escutado nada de uma outra colega que estava no local na hora do terremoto.
“Eu fico batendo na mesa e Jim bate de volta. Espero que ele me escute. Espero que alguém saiba que eu estou aqui”, disse.
“Não tenho ideia do que aconteceu com o prédio. Não consigo ver nada e estou presa debaixo da minha mesa. Não posso ver nada, está tudo escuro”, relatou.
“Vou aguentar aqui. Mas de vez em quando sinto outro tremor e penso: ‘O que vai acontecer?`. Vou ficar bem, vou aguentar”, disse.
“Não vou desistir. Tenho que esperar agora. Já passei por tudo isso. Vou me manter acordada, espero que eles venham me resgatar”, afirmou.
Segundo o diário australiano Sydney Morning Herald, o filho de Voss, Robert, de 31 anos, que vive em Melbourne, teria viajado na manhã desta quarta-feira a Christchurch para acompanhar as operações de resgate da mãe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
IMPORTANTE: Comentários contendo ofensas pessoais, palavrões, denuncias sem provas, racismo, homofobia, misoginia, discurso de ódio e intolerância de qualquer tipo, serão moderados e publicados ou excluídos a critério da Equipe Folha. Evite também escrever em caixa alta (Letra maiúscula).
Agradecemos pela sua participação.
Um grande abraço!!!
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.