Vídeo em reserva da Zâmbia mostra fêmea descobrindo que filhote morreu e indica que comportamento é similar ao humano.
iG São Paulo
Imagem do vídeo: mãe toca repetidas vezes no rosto do filhote imóvel.
Um vídeo de cinco minutos gravado numa reserva de chimpanzés na Zâmbia mostra que o luto de uma mãe ao descobrir a morte de seu bebê pode ser de cortar o coração, não importa a espécie.
O vídeo, gravado em maio de 2010 por cientistas do Instituto Max-Planck de Psicolinguística no Orfanato de Vida Selvagem de Chimfushi, Zâmbia, registrou o comportamento de luto de uma fêmea à morte de seu filhote de 16 meses. Depois de carregar o corpo do bebê por um dia inteiro, ela o deixa no chão, e durante uma hora ela se alterna em se aproximar dele, tocando no pescoço e rosto, e se afastar, observando-o à distância. Depois ela carrega novamente o bebê o leva para um grupo de chimpanzés, e os acompanha enquanto eles investigam o corpo. No dia seguinte, ela não estava mais carregando o corpo do filhote. Veja o vídeo (em inglês):
Um dos vínculos mais fortes entre os chimpanzés é o de mãe e filho: as fêmeas costumam carregar os filhotes durantes os primeiros dois anos de vida, e os amamentam até os quatro ou seis anos de idade. Mesmo após o desmame, ambos continuam próximos. Outros cientistas já haviam observado outras fêmeas carregando filhotes mortos durantes semanas, o que mostra que a perda deste vínculo é muito difícil para a espécie.
Os cientistas do Max Planck acreditam terem captado o momento em que a mãe descobre a morte do bebê, um feito inédito, que pode colaborar para o entendimento de como os primatas reagem à morte de um ente próximo e o que eles entendem por morte. Mas algunns dos pesquisadores envolvidos no estudo se recusam a interpretar as informações.
“O vídeo é muito valioso, porque ele nos força a parar e imaginar o que está acontecendo na mente deste primata,” disse Katherine Cronin, do Instituto Max Planck, uma das líderes do estudo, em um comunicado. “Se a chimpanzé está realmente enlutada ou apenas curiosa a respeito do cadáver, não é tão importante quanto o momento que o internauta vai parar para considerar as possibilidades”.
Já Mark Bodamer, da Universidade Gonzaga, em Washington, Estados Unidos, que também participou da pesquisa, não se fez de rogado e deu sua opinião sobre o vídeo: “Era apenas uma questão de tempo que, nas condições ideais, que a reação dos chimpanzés à morte fosse registrada e submetida à análise, que revelou similaridades notáveis com o comportamento humano.”
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