Alterar o idioma do Blog

quinta-feira 24 2009

Gerson Peres: “O PSDB perdeu a eleição por incompetência política”


Esta é uma entrevista do Dep. Gerson Peres que foi postada no Blog do Vic Pires. Uma entrevista longa, mas para quem gosta de política e quem quer conhecer como funciona a política de verdade (não aquela apresentada ao eleitor), vale a pena ler na íntegra.
O Folha continua na sua missão de mostrar ao povo a política como ela é, sem disfarces, nua e crua. Conhecendo a política (e os políticos)  como são na realidade, o povo terá condições de votar e eleger seus representantes com consciência e maturidade.
Gerson Peres foi honesto em sua entrevista o que contribui para esclarecer alguns mitos, revelar mentiras e mostrar algumas verdades. Parabéns deputado Gerson Peres e parabéns ao Dep. Vic Pires pela publicação.

=====================================
Gerson Peres: “O PSDB perdeu a eleição por incompetência política”

Presidente regional do PP, o deputado diz que os tucanos estão muito fracionados
e que Almir Gabriel, às vésperas de 2010, os deixou “no chão”

Aos 78 anos de idade, 50 deles de política, o deputado federal Gerson Peres tem muita história para contar.

Mas, talvez, a mais instigante seja recente: a aliança do seu partido, o PP, o herdeiro da antiga Arena, o braço político da ditadura militar, com o PT, a agremiação que nasceu do movimento operário, justamente para contestar o antigo regime.

É de Gerson a frase repetida, amiúde, pelos políticos locais: “Em política, eu só não vi boi avoá”.

 E coalizão tão improvável fez os paraenses avistarem nos céus não um boi, mas, o rebanho inteiro...

Nesta entrevista ao blog do Vic, Gerson faz uma defesa ardorosa da governadora Ana Júlia Carepa.

Chega a dizer que ela não trabalhou durante um ano e meio do governo, porque estava doente, com a perna quebrada. Mas que, agora, Ana tomou as rédeas de sua administração e está a colocar ordem na casa – inclusive na “maloca” das tribos petistas, que adoram se devorar umas às outras.

É: Gerson livra a cara de Ana Júlia, mas não do PT, um partido, para ele, exatamente igual a qualquer outro.

Professor, advogado, jornalista, Gerson também é irônico, incisivo, nas várias ocasiões em que se refere aos ex-aliados tucanos, que rifaram a sua candidatura ao Senado, em 2002.

E afirma, com todas as letras: o PSDB perdeu as eleições de 2006 por incompetência política. A mesma incompetência que também levava o partido a aliciar os quadros das agremiações coligadas.

Não acredita que o PMDB deixe de fato o Governo do Estado.

Mas, se isso acontecer, e o PMDB se unir ou ao DEM, ou ao PSDB, para disputar o Palácio dos Despachos, a disputa, admite, será bem acirrada.

Ex-secretário especial de Promoção Social, doze vezes deputado, ele é, ainda, presidente regional do PP.

Abaixo, a entrevista:

O senhor foi da Arena, partido que apoiava o regime militar. Mas, hoje em dia, integra o governo do PT. Boi “avoa”, deputado?

Gerson Peres: Olha, em política eu só não vi boi “avoá”... Mudar de partido, nunca mudei. Mesmo agora, o que eu integro não é o PT. Faço, com o meu partido, uma aliança com o Partido dos Trabalhadores. Não tenho compromissos partidários com o PT, mas sim com o governo de coalizão do PT. E o meu partido tem, nos seus estatutos, o princípio da fidelidade, como há em outros partidos. Então, o meu partido tem, em âmbito nacional, um compromisso com o governo do presidente Lula, do PT, e nos seguimos, lá em Brasília, essa orientação. Como nos estados os partidos têm autonomia, nós consultamos o diretório, os nossos prefeitos, os nossos vereadores – são muitos, mais de 100 – e eles acharam que não haveria nenhum mal em fazermos uma aliança com o governo da Ana Júlia. Até porque fizemos com outros governos, também, e saímos sempre fortalecidos. Agora mesmo fizemos seis prefeitos de novo.

Então, vocês pretendem caminhar com a Ana Júlia na campanha do ano que vem?

Gerson Peres: Sim, tudo indica, porque é um desafio, né? Muitos estão achando que a Ana Júlia não ganha a eleição; outros, que ela não está fazendo um bom governo. Mas isso é uma opinião dos que são contra ela.

O senhor particularmente acha o quê?

Gerson Peres: Eu particularmente acho que a Ana Júlia tem uma carreira vitoriosa na política, como pouquíssimos têm. Ela foi desde vereadora, vice-prefeita, prefeita, deputada estadual, federal, senadora da República e agora é governadora do Pará. Isso deve causar muita dor-de-cotovelo em muita gente. Gera polêmica em torno dela, mas não querem reconhecer o mérito dela. Sempre fui um cordial adversário dela, em ideologia: nunca votei na Ana Júlia, mas sempre a respeitei pelo fato de ela ter alcançado tudo isso tão velozmente, enquanto que eu levei 50 anos para ter 12 mandatos.

Há muita diferença entre o tratamento que vocês recebem do PT, nessa aliança, e o tratamento que receberam da parte do PSDB?

Gerson Peres: Sim, muita. Atualmente, o governo está dando oportunidade aos nossos correligionários com uma secretaria de núcleo de governo. A vez passada o que me deram foi uma secretaria especial – e nada além disso. Só com o carguinho de presidente, além de superior lá. Os cargos que eu tive, o meu partido, foram muito reduzidos. Eu era secretário especial, mas não supervisionava Seduc, Uepa, fundações...

Não mandava em nada?

Gerson Peres: Não mandava em nada.

Quem mandava?

Gerson Peres: Os secretários executivos. E muita coisa ocorria à minha revelia, né?

Então, nos governos tucanos, o senhor ficou como a rainha da Inglaterra?

Gerson Peres: Não totalmente... Parecido, né? E eu quero abrir um parêntese: sei que fui muito prestigiado pelo governador Jatene. Quando havia algumas coisas que não estavam em sintonia comigo, nos executivos, ele considerava o que eu colocava para ele. Entretanto, havia algumas dificuldades de relacionamento administrativo. Jatene sempre foi muito meu amigo. E quero crer que continue assim, apesar de eu ter tomado essa atitude. Mas, para fazer o meu partido caminhar para algum lado não tenho que pedir licença ao Jatene ou a qualquer outro partido. Meu partido é independente, tem qualificação própria, asa própria.

O senhor penou na mão dos tucanos?

Gerson Peres: Penar propriamente dito não é o termo: fui vítima de algumas armações que fazem parte do “boi avoá”, que você acabou de dizer. Não tenho nenhuma mágoa de ninguém e nem falo mal de ninguém. Dizem que eu falo, mas, é mentira.

Mas o senhor estava bastante contrariado após as eleições de 2006, não é?

Gerson Peres: Você não percebeu bem. Se você tivesse me observado quando eu perdi o Senado, em 2002, aí eu admitiria isso, porque eu fui convidado para ser senador e depois perdi a eleição. Não quero entrar nessa conversa, porque isso é coisa do passado. O “boi avoou” aí, de maneira contrária, muito violenta, em cima de mim. E eu suportei com humildade e silêncio.

O senhor se sentiu traído?

Gerson Peres: Não vou usar essa expressão; não uso muito em política essa expressão. Porque as posições nem sempre são de traição: pode haver por detrás algumas conveniências, alguns interesses. Isso é capaz e houve muito. E eu sobrei. Mas sobrei com 863 mil votos. Tive quase hum milhão de votos, né?, e não com o mesmo tratamento. Mas, ajudei a eleger o Jatene e quando me dizem que fui ajudado, não nego. Depois que perdi, ele me deu uma secretaria importante. E eu procurei exercer esse cargo honrando o governo dele.

O senhor perdeu aquela eleição como? O que foi exatamente que aconteceu?

Gerson Peres: Houve uma análise de preferência, no curso das pesquisas. Eu comecei sendo logo manipulado na primeira pesquisa, né? Estou a par de tudo, mas, não quero nem considerar esse o problema. O problema é que todo mundo observava que o tratamento não era igualitário entre nós e o Duciomar, de quem não tenho mágoa: ele estava no papel dele, que fique bem claro isso, de lutar com unhas e dentes para se eleger. Quando eu percebi que ia fracassar, ia cair fora da vida pública por uma derrota fragorosa, procurei me afastar um pouco do grupo que integrava. Nos dois últimos meses, comecei a voar sozinho e consegui reverter muitos quadros. Ganhei quase todo o Baixo-Amazonas; quando não era o primeiro, era o segundo. No interior, tive uma votação brilhante, e na capital, onde eu perdi feio, tive mais de 100 mil votos. Isso refletiu para o meu crescimento político e do meu partido. Em 2006, tive 105 mil votos pessoais; o partido atingiu quase 200 mil de legenda. Isso me deu chance de eu poder dizer que ajudei a eleger o Jatene. Porque o ex-governador Jatene se elegeu no segundo turno com 38 mil votos de diferença. Será que aqueles 100 mil votos que obtive, na capital, não ajudaram a fazer dele governador? Mas ele pode dizer: “Não, mas ele se projetou foi no nosso governo”. Aí eu digo: “Repita! Repita. Não pode dizer uma bobagem dessas para um homem que se elegeu sempre com muito boa votação, em crescimento constante de votação”. Passei de 50 mil para 100 mil votos. Então, não podem dizer isso de mim, que tenho doze mandatos de deputado - seis estaduais e seis federais.

Os tucanos ajudaram a eleição do Duciomar contra a sua?

Gerson Peres: É, eu acho que houve uma avaliação. Talvez percebendo que poderiam perder o Senado, os dois - porque o Almir Gabriel, quando falava na televisão, dizia que era para eleger os dois, né? Mas o diabo é que, na hora em que eles perceberam que eu estava crescendo muito, os outros crescendo, quase pau a pau ali, a Elcione, o Duciomar, a Ana Júlia, eles devem ter dito: “Vamos salvar um por nós”. Então, escolheram aquele que era o de maior confiança deles – creio eu. Não digo que eles me derrotaram: fui derrotado por esse princípio de não querer perder nenhum e acabar ganhando um - que hoje, aliás, nem é mais do lado deles... (risos). Aí você vê como a política é. Eles deixaram de me eleger, tudo bem. Agora, eu não analiso isso pelo lado da traição. Eu não os chamo de traidores. Eles são homens que analisam friamente as circunstâncias - e o Ortega y Gasset já disse que o Homem é ele e as suas circunstâncias. Então, eles têm as suas circunstâncias, né? Os tucanos foram extremamente levados por esses fatores. Mas, o Jatene fez um bom governo – não vou dizer que não fez. E não é porque eu estava lá dentro, porque ajudei a fazer um bom governo, que estou dizendo isso. Então, dentro dessa circunstância, não discuto o meu problema com o Jatene. Agora, o que está se discutindo muito em torno de minha pessoa, dentro dos tucanos... E eu acho que eles até já pararam, porque eu tive algumas explicações dadas a companheiros nossos, alguns deputados – eu acho que agora já não devem estar muito mais preocupados. Mesmo porque, para eles, talvez eu não seja um grande líder, né? Aliás, não sou mesmo. Eu sou um stratus – eu não sou estrela... Estrelas estão lá: o Serra, o Aécio... (risos)... Eu sou stratus, eu vivo do brilho das estrelas (risos)... Fui colega de Sarney, vi presidentes passarem, vi muita coisa no mundo, né? Agora, houve como que uma subestima. Acho que eles estariam muito mais bem servidos comigo – tenho certeza de que estariam. Mas, não acreditaram. Foram muito imediatistas: acharam que o poder não passava e não voava rapidamente, né?

O senhor acha que os tucanos são muito arrogantes?

Gerson Peres: Bom, não digo que são arrogantes. Eles são um pouco vaidosos, né? Eles têm na seara deles muitas pessoas competentes e talvez por isso se julguem num nível mais superior. Mas, não existe isso em política. A política deve ser tratada num nível horizontal, por igual, né? De repente, um simples vereador, aparentemente inexpressivo, aparece lá na Câmara Federal como um grande deputado, não é verdade? Então, isso... Às vezes, a pessoa também precisa reconhecer alguns tipos de caracteres do político, para poder avaliar melhor. Como problema da lealdade – e eu sempre fui muito leal a eles.Também não sou inimigo deles, não. Amanhã até posso fazer aliança com eles de novo, se eles quiserem. Se eles estão magoados, porque passei... Não, não vou dizer que sou o salvador da Ana Júlia. Fui lá aceitar mais um desafio na minha vida. Quando todo mundo não a quer, eu vou lá ajudá-la. Porque eu acho que o estado vale mais do que todos nós. Aliás, o Jatene dizia muito isto: o Pará vale mais do que todas as siglas.

O senhor foi muito “patrulhado” por causa desse acordo com o PT?

Gerson Peres: (risos) Não dei muita atenção a isso. Consultei todos os meus companheiros, até viajei pelo interior. Um ou outro escapou, mas os prefeitos todos eu consultei - e todos eles sentaram com a governadora, para mostrar que o acordo não era meu, mas, do partido. Pode amanhã não haver acordo, mas, hoje há. E assim continuará desde que aqueles compromissos básicos que pleiteamos continuem a ser cumpridos. E não foi só negócio de cargos, secretarias. Exigimos algumas coisas a que o partido possa se integrar: a construção das rodovias, como a BR-308 e a 422, que é a Transcametá. E a salvação da nossa cidade de Cametá, o apoio à Bragança...

Quantos prefeitos e vereadores vocês têm no Pará?

Gerson Peres: Fizemos só seis prefeitos, mesmo porque não tínhamos nada mais!... Os tucanos cometeram um pecado mortal em política, uma coisa que não se faz; governo nenhum deve fazer isso... O governo dos tucanos foi procurando aliciar todos os nossos prefeitos do PP – fizeram assinar ficha... O Jader fez muito isso, também. No começo, no governo, ele trazia todo mundo para assinar ficha e tirava a fotografia de cada um. Esperto, né? Desmoralizava logo o prefeito na mesma hora. A Ana Júlia não tem feito isso com ninguém. Ela não tem procurado aliciar: ela ajuda e pede que se integre numa coalizão. Ela pede voto, é claro. E aquele que achar que está beneficiado e tem futuro com ela, muito bem. Agora, o que eu vislumbro é que nos tucanos houve esse problema: fiquei com um prefeito, dos seis que eu tinha. O resto tudo eles passaram para o PSDB.

Os tucanos eram muito espaçosos?

Gerson Peres: É. Também não vou chamar que isso seja um ato de deslealdade. É um ato de... Pouca competência política. Tanto assim que perderam as eleições, né? Aliás, os tucanos perderam as eleições por incompetência política – só, mais nada.

Como assim?

Gerson Peres: No conjunto, eles não fizeram um mau governo. Tiveram falhas - e todo governo tem falhas. Tiveram problemas - e qual é o governo que não tem? Mas, eles tomaram determinadas posições... Por exemplo, eles adotaram uma linha de escolha de candidato... Aí, escolheram o Almir Gabriel novamente. Não avaliaram bem: se tinha um governador, como o Jatene, que estava governando relativamente bem, eles tinham de aproveitar a chance e pegar o Almir Gabriel para outra posição estratégica do partido deles, né? Mas, como o Almir era o maior líder, eles quiseram mostrar obediência ao Almir. O Jatene quis, naturalmente, dar um rasgo de lealdade ao Almir. Mas, o direito era do Jatene.


O senhor acha que isso foi um erro?

Gerson Peres: Tanto foi que se estrepou, né? E agora o Almir desceu aqui, há poucos dias, e deu uma raspada nele, duvidando da lealdade dele. Não, nesse ponto ele foi leal ao Almir.

Então, o Jatene não fez “corpo mole”?

Gerson Peres: Não, na minha concepção não houve isso. Pelo contrário: deu ao Almir o lugar que ele queria. Ele queria ser governador, ele é que exigiu ser governador, né? Na minha opinião, foi um gesto de grandeza para com o criador dele, que o colocou no palácio do governo, com muita dificuldade. Aquela foi uma eleição suada e só depois, já no governo, é que o Jatene capitalizou simpatia. Então, eu tenho impressão que o que houve foi, mesmo, incompetência política. Aí, a Ana Júlia inteligente, viva, boa de palanque, começou a fazer o trabalho dela. E, de repente, ela surpreendeu a todos. Mas, não surpreendeu a mim!

O senhor achava que ela ganharia do Almir no segundo turno?

Gerson Peres: Logo, logo percebi isso, por manifestações generalizadas dos prefeitos... A gente começava a perceber, nas ruas. Como é que eu vou te dizer? Ela tem um carisma extraordinário e deu o bote. E, naturalmente, apoiada por um dos maiores líderes deste país em popularidade – não conheço, aliás, nenhum outro igual, na história da minha vida pública. Só Getúlio Vargas.

Nem JK?

Gerson Peres: JK foi, mas teve muita oposição. Foi um grande governo, democrata, de liberdade, de respeito. Mas, não espelhava nas pesquisas essa manifestação muito expressiva. Agora, voltando ao Pará, eu acho que eles terão de arrumar bem a tropa deles e afiar. Mas, fiquem sabendo que a Ana Júlia não dorme: ela está viajando, está trabalhando. Dizer que a Ana Júlia não fez nada no Pará... Peraí!...

Ela fez o que, exatamente?

Gerson Peres: Teve um ano e meio de doença que ela não trabalhou. Ela caiu de um palanque, quebrou a perna - e está aí uma mulher que não vai ficar curada pelo resto da vida, com uma placa de metal... E que sofre de vez em quando, né?, tem de fazer avaliações... Então, nesse período, governaram por ela e aí fizeram, talvez, algumas tolices, algumas bobagens – o que é reconhecido por ela. Então, o que é que acontece? Agora é que ela está viajando, está andando. Reabilitou, tomou conta das rédeas do governo dela e o palácio dela começou a encher de gente. Lá não ia muita gente – agora não, começou! Porque a Ana começou a comandar o governo dela. Agora, dizer que o governo dela não tem falhas? Tem. Mas, quem não tem? O governo tem programa. E tem um programa que é primeiro do Brasil: nenhum estado brasileiro tem igual e eles vêm aqui buscar experiência. É o programa “Navega Pará”. Já são quinhentas escolas estaduais interligadas por fibra ótica. É uma coisa para os jovens, os estudantes; um programa caríssimo e de base. Isso aí é fantástico!... E ela vai ter, no governo dela, a felicidade de inaugurar uma das maiores obras...

Quem lhe vê falando fica pensando, né deputado: quer dizer que o senhor virou petista de carteirinha, é?

Gerson Peres: Não, eu estou defendendo a governadora! Não sou petista, não vou mudar o meu partido! Amanhã, se ela tiver uma falha aí, eu serei o primeiro a dizer pra ela! E ela sabe que eu digo. Não há unanimidade condicionada comigo, em alianças. Por exemplo, ela vai inaugurar as eclusas com o Lula. É uma das maiores obras! Se você visitar as eclusas, não acredita. E eu que fui um sonhador delas, que lutei pela hidrelétrica, que combati o Jader Barbalho quando ele não permitiu fechar as eclusas, o rio... Deixamos o cabeçote das eclusas, para compensar, e agora, quase 30 anos depois, vem o Lula, para inaugurar. Ela comandou a postulação disso. Agora, comprou os terrenos todos, desapropriou, para montar uma siderúrgica, que entregou para a Vale. Ela entra com a parte dela, de insistir. Você já pensou o que é dar, até 2014, trinta mil novos empregos ao estado? Então, isso é um trabalho em que ela está envolvida. Agora, isso não dizem do governo dela.

Por quê?

Gerson Peres: Aí é que está!... No PT existem várias tribos, um comendo o outro. Isso é uma verdade, né? Agora é que ela está se conscientizando de que tem de dar duro nas tribos, se não será perturbada eleitoralmente no seu governo.

Mas não é a tendência dela, a DS, que é justamente a mais feroz e a mais complicada dessas tribos?

Gerson Peres: Dizem, né? Eu não conheço bem o esquema da maloca... (risos). Eu fico de fora, observando. Agora, quando sou chamado para dar uma opinião; às vezes, como sou chamado para conversar... Eles dialogam bem comigo, né? E têm por mim muito respeito – e isso também me gratifica muito. Uma parte do PT é que não quer conversa comigo!... (risos) Mas eu não sou ideólogo: nunca fui ideólogo! Dizem: “Ah, é da direita”. Direita uma ova! Eu não acredito nessa utopia de esquerda, de direita...

Pois é, eu ia até lhe perguntar isso: como é que é essa convivência entre esquerda e direita?

Gerson Peres: Não existe isso para mim; é utopia, indesejável, inexistente. Porque, na realidade, o que existe é o ideólogo e o doutrinador – e a ideologia e a doutrina. Eu corro no tapete da doutrina, na minha vida pública. Eu aceito a doutrina, ela é flexível, se modifica.  E só não muda de idéia quem não tem idéia. Agora, o que acontece? Os ideólogos, dizem os filósofos, são as pessoas muito bem preparadas para esconder a verdade. Os ideólogos do PT, muitos deles, ou vários deles, digo melhor, adotam esse sistema. Outros ideólogos do PT, não: fazem é uma saladinha entre doutrina e ideologia. Está aí o Lula dando o exemplo. Ele era um ideólogo, de doutrina marxista-leninista. Para ele, materializar o Homem e socializar a matéria era o ponto principal da luta pela vida, pela política, a ponto de ignorar às vezes, quero crer, a existência de Deus. Ele era materialista. Mas eu acho que o Lula se “ressignificou” politicamente. Ele não se reciclou, não: ele se “ressignificou”. Ele fez uma revisão de caráter absoluto na idéia dele, para uma nova concepção de coalização democrática. E aí, passou a ser um defensor profundo da democracia. Não sei se, por detrás disso, está escondida alguma coisa para o futuro. Mas, não creio, porque ele se manteve firme contra o terceiro mandato.

Porque o terceiro mandato seria uma excrescência democrática, não é?

Gerson Peres: E ele repugnou isso desde o primeiro momento!... Fiz até um artigo no jornal, louvando o gesto dele, né? E disse que ele sepultaria toda a imagem da parte boa do governo dele, na história do Brasil, se ele fizesse isso. Então, eu disse para ele, certa vez, quando nos encontramos, numa solenidade: “Você se ressignificou. Hoje, eu não sei se você governa com o capitalismo e administra com o socialismo”... (risos). Por isso é que eu te disse que não sou nem de direita, nem de esquerda. Eu sou um solidarista, um homem de centro, um solidário. Bom, o que é que está havendo agora, entre mim e a Ana Júlia? É uma solidariedade política, mediante um acordo de obrigações e deveres recíprocos. Não é toma-lá-dá-cá, não. Primeiramente, a parte do interesse público. E, em segundo, a parte do interesse do crescimento do meu partido. Se o que ficou planejado, e ela está adotando conosco, der certo, tudo bem. O maior desafio foi essa Secretaria de Administração...

O que foi exatamente que vocês receberam?

Gerson Peres: A Sead.

Porteira fechada?

Gerson Peres: Não, não existiu isso. Trabalhamos com alguns do PT lá dentro, né? Só que toda a orientação vai daqui com ela (Ana Júlia) e dela pra cá. Por quê? Porque vamos fazer – e já estamos fazendo – uma secretaria para o servidor público. São 80 mil trabalhadores que estavam esquecidos, vivendo sem nenhuma orientação básica, para o atendimento das suas reivindicações. Processos da sociedade andando a passo de tartaruga – e isso tudo incomodou a ela, tanto assim que ela fez uma mudança radical. Bem, colocamos lá o secretário e três diretores. Para diretor de Finanças escolhemos um funcionário – e essa foi a única parte em que interferi, porque tenho absoluta confiança nas pessoas que coloquei lá, com a aprovação do meu partido. Fomos lá, reunimos com o pessoal e eu disse: vocês vão indicar o diretor de Finanças. Eles trouxeram três nomes e nós escolhemos um. E eu disse aos trabalhadores: vocês o colocaram aí, vocês é que vão vigiar o dinheiro dessa casa. Se vocês acharem que estão usando mal o dinheiro, fugindo da regra do bom trabalho administrativo, e não denunciarem, vocês estarão compactuando com a irregularidade. Eles até bateram palmas para mim. Botamos lá um rapaz de primeira qualidade. E ele já regularizou muita coisa que estava em atraso. E a governadora diz que se sente muito satisfeita, elogia o trabalho deles lá.

O PMDB tem enorme dificuldade em conviver com o PT: eles se bicam, se estapeiam... Mas vocês, ao que parece, não estão tendo problemas, não é?

Gerson Peres: No nosso caso, nós colocamos - e ela aceitou – que todos os problemas seriam diretamente tratados ou com ela, ou com o chefe da Casa Civil. Então, se temos um problema com uma secretaria, não vamos à secretaria: vamos à governadora. Porque todas as secretarias deságuam na Sead, né? São os processos, as nomeações, as compras, programas... Quando sentimos, às vezes, que um do PT quer entrar lá, para fazer alguma coisa, nós vamos com ela. E ela manda imediatamente tomar providências, para respeitar o PP. Se estiver incomodando, tira e põe em outra secretaria.

Mas o senhor acha que isso vai durar, ou só irá até depois das eleições?

Gerson Peres: Esperamos que haja da parte dela o mesmo comportamento que está tendo agora; que não mude depois das eleições. Mas, se mudar, também mudaremos, né? O cenário político é muito vasto e a percepção do povo é muito rápida. Assim como ela se dilui rapidamente, ele recebe rapidamente e joga a fogueira da defesa da gente na rua. Você vê que há muitas coisas que falam do governo da Ana Júlia que, na realidade, existem. Falhas, por força de alguns elementos que talvez trabalhem com ela e não estejam percebendo que isso faz mal para eles mesmos, que estão no governo, né? Nós trabalhamos com outra visão, com outro foco. Estamos trabalhando para ajudar a Ana Júlia, mas, para fazer o nosso partido crescer. Para fazermos mais deputados estaduais - e vamos fazer! Vamos entrar com uma chapa muito boa. Inclusive, ela participa conosco: “Não, não: põe no PP para ser deputado. É bom botar, ajudar o Gerson”. Ela assumiu um compromisso público que eu não pedi. Ela declarou que eu chegava na hora difícil do governo dela e que ela tinha por mim, a partir daquela data, um carinho muito grande, uma gratidão grande, e disse, também, que ia ajudar a eleger, dentro do possível, aproveitando também a minha potencialidade política. E ela está fazendo. Ela, por exemplo, não vai me dar tudo em Cametá – ela está fazendo um governo de coalizão. Mas está me dando lá uma fatia do bolo, para eu acomodar alguns líderes, algumas pessoas.

Essa rearticulação que a Ana está fazendo, com partidos menores, pode suprir a lacuna deixada, eventualmente, pela saída do PMDB?

Gerson Peres: Olha, eu raciocino noutra linha. Sabe o que possivelmente acontecerá? É que o próprio PMDB não vai deixar a Ana Júlia. Isso aí tem uma rearticulação ampla, maior, do cenário nacional. O presidente Lula vai ter uma reunião com o Jader, que é o líder máximo do partido dele, insistindo na necessária permanência. A própria Dilma Rousseff só quer vir ao Pará depois que consolidar essa reunificação. É verdade que alguns do PMDB não irão acompanhar isso, mas o Jader também sabe que muitos companheiros dele não comungam com o PT. É como no meu partido: nem todos vão acompanhar, mas, a maioria vai. Então, eu creio que o Jader é capaz de acompanhar a Ana Júlia. O próprio Duciomar também está tendo uma conversa muito fraterna com ela, ultimamente. E ambos estão ligados ao presidente Lula, ao governo dele.

Quer dizer que o PMDB não sai?

Gerson Peres: Eu tenho a impressão que não. Só se houver um motivo de ordem moral muito grande, daqui pra lá, que até hoje não houve entre ela e o Jader - houve entre os seus correligionários. Mas o Jader, às vezes, deve ter se queixado dela, de algumas coisas. Mas, o governo é dela. Ele há de compreender que ela tem de segurar as pontas, também. Por exemplo: se na nossa secretaria aparecer alguma coisa de certa gravidade e que ela ache que não se compatibiliza com o governo, ela pode interferir; ela é a governadora. Mas eu creio que o PMDB deverá acompanhá-la, tenho a impressão. Mas, admitindo o seu raciocínio, naturalmente que ela deve estar pensando assim: “Bem, se o Jader não vier, deixa eu me armar”. E ela está se armando, ela está dialogando com os partidos. Está indo às rádios, está na televisão, ultimamente. Ela mudou!... Você vê como mudou a maneira depois que eu entrei, né? Eu entrei, sacudiu muito as roseiras, né? E muita gente... Também eu deixei uma marca para ela, né? Eu disse: “Olha, Ana, o caminho é esse. Tu tens de procurar conversar, sair da toca. Tu és governadora”.

Ela está conversando com o PR e vai conversar com o PTB também, não é?

Gerson Peres: Sim, claro. Se ela tiver êxito, pode postular e ganhar a eleição.

Mas não é difícil a Ana se reeleger? Ela não tem uma rejeição muito alta?

Gerson Peres: Em matéria de rejeição, eu digo como o Augusto Montenegro: o Pará precisa de um novo líder... (risos)

Por quê?

Gerson Peres: Porque todos têm rejeição nessa faixa: 45, 46, qual a diferença?

Por que é que as lideranças paraenses não se renovam?

Gerson Peres: Renovar não é o termo; seria ressignificar. Porque esse negócio de renovar é mudar o velho pelo novo. Mas, nem sempre, o novo é melhor do que o velho. Por que a Ana Júlia pecou um pouco no início do governo dela? Porque não botou uns “cabeças brancas”, uns velhinhos mais engelhados no governo dela. Era só aquela rapaziada nova, que é brilhante, inteligente, mas a quem falta o produto que antecede a sabedoria: a experiência. Isso faltou no governo dela, no começo. O Lula lutou muito para eu entrar cedo no governo dela, mas eu disse que não podia fazer isso.

Por quê?

Gerson Peres: Porque eu não votei nela, não acompanhei. Então, eu disse: você é o presidente, é o chefe dela, então, articule. Se ela me chamar, me convidar, tudo bem, não tenho nada contra ela. Ela até conviveu com as minhas filhas, na adolescência. Então, ela sempre teve uma forma muito simpática com a nossa família, também. E eu não a hostilizei, nem nada. E isso também facilitou o entendimento. Não vou para a tribuna dizer que ela não presta, que é não sei o quê. Inventam umas histórias contra essa mulher!... Tem uma emulação, que se chama emulação política da rivalidade subterrânea, da rádio-cipó. Eu faço essa defesa dela, hoje, porque me desincumbi de uma tarefa. Eu digo: bem, para eu poder falar o que eu sinto dela, eu preciso estar próximo. Porque eu achava muita injustiça, das rodas que conheço, ouvir só coisas até inconvenientes e que não são a realidade. 

Mas, espere lá! Não é estranho o PP e o PT? O senhor não acha que isso está um bocado esquisito?

Gerson Peres: Por quê? Por que os outros podem fazer e o PP não pode? O programa do Partido Progressista é um dos melhores programas de democracia, de reivindicação social. Temos uma grande história na vida política – só mudou a letra. Viemos desde a UDN, depois passou para a Arena, PDS. Temos em nós um acervo das causas geradoras do desenvolvimento do Pará: a hidrelétrica de Tucuruí, a maior obra do século XX; a universidade que está aí, que agora dizem que foram outros que fizeram, mas os militares é que implantaram. Nós defendemos os militares até certo ponto. O pecado mortal dos militares foi a demora em restituir aos brasileiros a sua liberdade. Se eles saem antes, como queria o Castelo Branco, com a Constituição de 1967, cujo capítulo de Direitos e Garantias Individuais é invejável; então, se eles saem antes, hoje seriam lembrados de outra maneira. Eles cometeram essa gafe. Mas, foi com eles que o Brasil adquiriu um programa nacional para a Amazônia: a perimetral norte, a BR-163, a Transamazônica, o asfaltamento da Belém-Brasília. Esses homens levantaram o Norte, as bases. Então, o que é que acontece? O PT, para nós, é igual aos demais partidos – não há diferença. Ele se intitulava o partido da ética, da seriedade. Nada disso... Isso não precisou ninguém, nem o PP nem outros partidos, falar: eles mesmos mostraram as falhas, os seus pecados, as suas fraquezas, digo melhor. A força que eles mostravam é que eram retos – mas não eram! Eram iguais aos outros partidos: ao PP, ao PMDB, ao PR. Não tem diferença!... Então, eu acho que não é estranhar o PP... Pode ser, no Pará, porque sempre fomos, durante muitos anos, contrários ao PT, né? Mas o próprio PT reconhece, hoje, que não sobreviveria se não fizesse a coalizão partidária no país.

Se o PMDB sair com uma chapa, aliado ao DEM ou ao PSDB, isso não pode perigar a reeleição da Ana?

Gerson Peres: Olha, eu não duvido que isso possa ocorrer. O PMDB é um partido bem estruturado, com um líder que polariza muita paixão em torno dele, e o DEM tem uma liderança feminina muito forte. Hoje, até atribuo a ela uma força bem maior que a do marido, que tem força eleitoral, mas tem uma visão, uma visibilidade menor. Gosto de ambos, são meus amigos: quero bem à Valéria, quero bem ao Vic, acho que eles têm uma possibilidade muito grande. E ela, quando se inseriu na política, fortaleceu mais a posição do DEM. Fez um bom trabalho, quando secretária especial, com o “Presença Viva”. Ela avançou muito nesse campo e polarizou em torno dela. E eu acho que o DEM, fazendo isso com o PMDB, pode dar um choque. Mas, não intimida, não, a aliança do PT com os outros partidos. Será uma disputa bem acirrada. Mas, eu não acredito. Se a Ana Júlia tiver a percepção de se aproximar do DEM... É um erro do PT dividir... O Lula dividiu, para polarizar a campanha entre a Dilma e os tucanos; ele usou a técnica política de dizer: somos contra o PSDB. Mas os estados não são obrigados a seguir essa linha do Lula. Se a Ana Júlia convidasse a Valéria, por exemplo, fizesse um acordo... Mas aí é difícil porque a ordem vem de cima. Então, unir o DEM com o PT é difícil. Mas o DEM com o PMDB também não vai sentir muita facilidade. Há muitas arestas recentes. Mas, em política, boi voa. E é por isso que a gente não tem o direito de censurar ninguém.

É uma chapa mais forte do que com o PSDB, não é?

Gerson Peres: Eu também acho que o PSDB, hoje, está muito fracionado. E não é falando mal do PSDB, não. Veja bem: tem bons líderes, são muito competentes, trabalham, tem pessoas expressivas no âmbito da atividade deles. Porque os tucanos são assim: eles são muito competentes, muito intelectuais, né? Mas, às vezes, eles são um pouco, assim, muito vaidosos, né? Agora, você vê que um dos piores choques que pode acontecer, para a dissensão de um partido, é o seu maior líder descaracterizar os seus liderados. Isso aconteceu, agora, para meu espanto. Foi um espanto quando li a manchete do meu estimado amigo Almir Gabriel ter dado uma censura ao ex-governador Jatene, argüindo que ele fez corpo mole, caracterizando uma deslealdade. Isso aí deixou o PSDB um pouco... No chão, né?

Por que é que o senhor acha que o doutor Almir agiu dessa forma?

Gerson Peres: Não sei. Ele tem um temperamento muito especial. Eu mexia muito com ele. Dizia: Vocês, tucanos, são muito inteligentes, preparados, mas escolheram um pássaro muito significativo para vocês: ele tem o bico muito comprido. Quando abre, a goela é muito grande, é só pra vocês... (risos) Eles cuidavam muito deles, né? Assim, fizeram uma bancada expressiva e tudo; eles sempre lutaram em torno do partido deles. Abriram, para mim, para eu ser candidato, né? E alguns deles chegaram a chutar, vamos dizer assim, para mim, comentando que tinham me ajudado a eleger deputado federal. Aí eu disse para um deles: “Pára, pára aí!... Repete pra eu ouvir... Quantos mandatos eu tenho de deputado, heim? Tu achas que foram vocês que me elegeram? Eu é que fui ajudar vocês a fazerem três deputados. Eu é que injetei lá 105 mil votos. Olha, não vamos questionar muito a minha mudança, com essa aliança com o PT. Eu não devo nada a vocês e vocês não devem nada a mim. Caminhemos, amigos, companheiros”. Essa foi a minha colocação aos colegas que, no começo, estavam afoitos para...

Para lhe patrulhar?

Gerson Peres: Mas, quero lhe dizer que, no meio deles, muitos nunca me significaram – não foram poucos... Alguns deles nunca me deram o valor que eu tenho na vida pública no estado – nunca! Ou pela minha idade, achando que já estou velho – mas eu não estou velho, não. Não existe velhice. A aparência de velhice existe. Mas o homem, quando envelhece com o cérebro bom e a saúde boa, pode ser muito prestativo, ao país, ao estado, aos amigos, aos companheiros. Por que é que eu ainda não deixei a política? Porque me considero um homem sadio, ainda com boa memória, com vigor.

Mas dizem que o senhor só ainda não deixou a política porque está esperando ver o bendito boi voar... (risos) Será que avoa daqui pro ano que vem?

Gerson Peres: (risos) Vamos ver, né?... Eu acredito que ainda vamos ver muita coisa por aí. Sou muito amigo do Augusto Montenegro, que eu defendi na Comissão de Justiça, quando houve aquele famoso escândalo do Ibope. E foi ele que declarou isto: o Pará está precisando de um novo líder. E o Brasil também.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

IMPORTANTE: Comentários contendo ofensas pessoais, palavrões, denuncias sem provas, racismo, homofobia, misoginia, discurso de ódio e intolerância de qualquer tipo, serão moderados e publicados ou excluídos a critério da Equipe Folha. Evite também escrever em caixa alta (Letra maiúscula).

Agradecemos pela sua participação.

Um grande abraço!!!

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.