PT e PMDB a um passo do rompimento definitivo

A votação no plenário da Assembléia Legislativa do Estado do pedido de empréstimo de R$ 366 milhões que o governo Ana Júlia Carepa (PT/DS) pleiteia junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), provavelmente na próxima terça-feira, pode vir a ser a gota que transbordou o copo nas relações entre o PT e o PMDB.

Aliados no segundo turno nas eleições de 2006 que elegeu Ana Júlia ao governo e sócios na administração do governo desde 1º de janeiro de 2007, PT e PMDB estão a um passo da ruptura. Se o governo de Ana Júlia insistir na votação o PMDB vai partir para o enfrentamento ao lado do PSDB - maior partido de oposição na Alepa, com 10 deputados - e definir a disputa no voto. 

O presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado Domingos Juvenil (PMDB), retirou ontem a emenda que destinava 7% do empréstimo de R$ 366 milhões. Criticado por parlamentares de seu próprio partido, Juvenil decidiu aglutinar os 7% que o governo do Estado destinaria à Alepa às 143 prefeituras do Pará, que passariam a receber 58% do total do empréstimo, já que o substitutivo apresentado pelo líder do PMDB, Parsifal Pontes, destina 51% dos recursos - R$ 186 milhões - para as prefeituras.

Pelo substitutivo, apenas 8% do total do empréstimo de R$ 366 milhões poderão ser gastos pelo governo do estado à escolha.

O projeto começou a ser discutido em plenário na última terça-feira. O governo tentou aprovar seu pedido no final do ano passado, mas como não foram apresentadas informações sobre o que seria feito com o dinheiro, a oposição fez a resistência à aprovação ganhar corpo. Para isso, contou com a divisão do PMDB, aliado governista.