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quarta-feira 03 2010

Jatene ganhou, como isso interfere na política em Tucuruí?

Nossa opinião é que interfere e muito. Quem pensa que com a eleição do Jatene o prefeito vai poder fazer e desfazer ao arrepio da Lei confiando no Governador, está muito enganado(a).

Jatene criou uma grande expectativa, agora é vidraça e é adversário do Governo Federal, portanto não cremos que ele será avalista de "aliados" que podem comprometer a imagem do seu governo e a dele próprio, se o fizer, pior para ele.

Sancler estava em uma situação muito confortável, a oposição ao Governo do Estado (PSDB/DEM) era sua aliada, o PMDB local não podia lhe fazer frente, devido à maioria do prefeito na Câmara Municipal, que por sua vez vai aprovar as contas do ex-prefeito Parsifal Pontes.

Portanto, da oposição ao Governo Ana Júlia não havia nada a temer, por outro lado mesmo tendo o PT local como adversário, Sancler tinha (ou tem) aliados de peso no governo da Ana Júlia, aliados que impediam uma oposição mais ferrenha e efetiva da oposição.

Entre os aliados do prefeito no Governo estava entre outros, e em destaque o Deputado Federal Paulo Rocha. Não se sabe ao certo o custo desta aliança, mas com certeza as vantagens pessoais/políticas para ambas às partes (prefeito e deputado) certamente cobriram o desgaste político, principalmente do petista? 

Agora, depois da eleição para o Governo do Estado começa a corrida para a Prefeitura Municipal, o Deputado Eleito Roquevam hoje no Tucuruí Agora já deu o tom que esta disputa terá.

A oposição em Tucuruí, até por uma questão de sobrevivência política, terá que fazer o seu papel, agora livre das amarras de contenção do derrotado Paulo Rocha e outros "companheiros" oportunistas.

Outra coisa, não se sabe ao certo qual será a posição do Deputado Parsifal nas eleições municipais. Parsifal é um aliado muito mais importante política e estrategicamente para o Governador que o prefeito de Tucuruí, disso não temos nenhuma dúvida. Caso Parsifal seja adversário ou apóie o adversário do Sancler, o governador não terá como intervir e não terá alternativa a não ser o não envolvimento.

A posição de Parsifal dependerá de vários fatores e algumas variáveis ainda não definidas, como por exemplo, quais serão as forças políticas que disputarão a prefeitura. No momento temos a pressão de alguns Peemedebistas mais próximos e mais oportunistas, que querem cargos e vantagens tanto do Governo do Estado quanto da PMT.

Por outro lado temos a enfraquecida e órfã base eleitoral do Parsifal, que está engasgada com a aproximação Parsifal/Furmans. Esta frágil base, por certo se desfará com uma aproximação Sancler/Parsifal. Isso por uma razão simples e lógica: Ainda é recente as perseguições e demissões de peemedebistas e simpatizantes pela atual administração municipal.

Qualquer um com um mínimo de conhecimento de política sabe que perseguições e demissões não se esquecem e dificilmente são perdoadas. Parsifal tem enfraquecido sua base ao longo do tempo, por insistir em privilegiar meia dúzia de pessoas de seu círculo pessoal de amizades, em detrimento do próprio PMDB, que certamente é bem maior que isso.

Parsifal por outro lado pode estar mais interessado em formar uma base política mais "impessoal" que a que tem em Tucuruí. Uma base eleitoral mais impessoal é mais fácil de controlar e mais barata, pois só requer investimentos em época de eleição. Em uma base mais pessoal a "cobrança" por ajuda e atenção é mais constante e mais cara. Se esta estratégia está correta só o tempo dirá, por enquanto está dando certo já que o deputado foi reeleito mesmo com uma pífia votação no município, graças aos votos que teve em outras cidades.

De qualquer forma, Parsifal é uma ameaça latente ao Sancler e a sua liderança política em Tucuruí, assim como Jader é uma ameaça ao Jatene, já que os dois podem influir decisivamente nas políticas do Estado e do Município.

Resumindo: Deverá haver algumas mudanças na política em Tucuruí a partir de agora, uma delas deve ser o acirramento dos ânimos, aumento e organização da oposição, que deve anular ou pelo menos enfraquecer bastante a blindagem do prefeito, que mesmo controlando a imprensa chapa branca através de polpudos contratos com a prefeitura, não deve continuar a falar sozinho como aconteceu até agora.

A oposição (esperamos) deve ter aprendido a duras penas que a comunicação com o povo é vital, deixar adversário falar sozinho é suicídio político na certa. A Dilma não ganhou no primeiro turno justamente por deixar o Serra bater sem revidar, se não tivesse acordado a tempo hoje o presidente seria outro. Ana Júlia não teve a mesma sorte e não acordou a tempo. Sancler sabe disso e hoje controla quase todos os meios de comunicação da cidade.

No entanto o controle do prefeito sobre a imprensa chapa-branca não serve de desculpa para a falta de comunicação da oposição com o povo, já que a oposição tem a vantagem de poder ir ao povo pessoalmente, o que o prefeito não pode fazer com freqüência, ele nem mesmo pode responder a perguntas em programas de rádio ao vivo, quanto mais pessoalmente. A oposição ainda tem a imprensa alternativa.

Para a opinião pública não basta ser um bom político, tem que parecer bom político aos olhos do povo, e mostrar a que vem, o que faz e o que pode fazer.