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quinta-feira 11 2010

Mulher cristã é condenada à morte no Paquistão


É isso que acontece quando a religião se envolve no estado e na política. 

É em nome de Deus que se cometem as maiores atrocidades e os maiores crimes contra a humanidade.

É em nome de Deus que atuam os servos do mal.
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Do R7

Asia Bibi foi denunciada por muçulmanas que não queriam beber a mesma água que ela.

Asia Bibi tem cinco filhos; ela foi condenada ao enforcamento, mas marido disse que apelar.

Um tribunal do Paquistão condenou à morte nesta quinta-feira (11) uma mulher cristã, mãe de cinco filhos, acusada de blasfêmia. O veredito provocou a revolta de grupos de defesa dos direitos humanos.

Asia Bibi, de 45 anos, recebeu sua sentença em uma corte de Nankana, na Província central de Punjab.

O Paquistão jamais executou um réu por blasfêmia, mas o juiz ditou a condenação com base em leis locais provenientes da sharia, o código penal muçulmano.

O processo de Asia começou em junho de 2009, quando ela foi buscar água enquanto trabalhava no campo. Um grupo de camponesas muçulmanas protestou, argumentando que uma mulher não-muçulmana não deveria tocar o jarro d'água do qual elas também beberiam.

Dias depois, o grupo de muçulmanas procurou um clérigo local e denunciou Asia, indicando que ela teria feito comentários depreciativos sobre o profeta Maomé.

O sacerdote, por sua vez, procurou a polícia local e uma investigação foi aberta.

Asia foi presa no vilarejo de Ittanwalai e indiciada sob a seção 295 C do Código Penal paquistanês, que inclui a pena de morte.

Asia deve ser enforcada

O juiz Navid Iqbal, que a condenou à morte por enforcamento, "excluiu completamente" qualquer hipótese de que a ré tivesse sido falsamente acusada, afirmando que não há "circunstâncias atenuantes" no caso.

O marido de Asia, Ashiq Masih, de 51 anos, disse que pretende apelar da condenação de sua mulher, que ainda precisa ser ratificada pela corte de Lahore, uma instância superior.

O casal tem três filhas e dois filhos. Segundo ativistas dos direitos humanos e defensores das minorias, é a primeira vez que uma mulher é sentenciada à morte por enforcamento no Paquistão por blasfêmia.

Confira também

• Iraniana foi condenada ao apedrejamento

No ano passado, um casal foi condenado à prisão perpétua pela mesma acusação.

Ali Dayan Hasan, porta-voz da organização Human Rights Watch, disse que "a lei da blasfêmia é completamente obscena e precisa ser derrubada em sua totalidade".

Cerca de 3% da população paquistanesa, que chega a 167 milhões de pessoas, é composta por não-muçulmanos.

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