Do blog de Fernando Rodrigues:
Dilma Rousseff (PT) subiu e quase empatou com José Serra (PSDB) na pesquisa Datafolha realizada nos dias 24 e 25 de fevereiro. O tucano está com 32% contra 28% da petista.
Um fato porém chama muito a atenção. Enquanto José Serra é o candidato mais conhecido do eleitorado, Dilma continua com metade da taxa do tucano nesse quesito.
O Datafolha pergunta quem conhece os candidatos e estratifica as respostas. No caso de Serra, 33% dos eleitores dizem conhecê-lo “muito bem”. Já Dilma só é conhecida “muito bem” por 17% dos eleitores.
O que significa esse ainda baixo grau de conhecimento de Dilma por parte dos eleitores?
Primeiro, que a alta da candidata do PT nas pesquisas eleitorais se deu muito por conta do apoio que recebeu do presidente Lula, cuja popularidade bate recorde após recorde.
Segundo, que o grande teste para Dilma Rousseff ainda não chegou: virá quando ela ficar mais solta na campanha, vai se expor mais e faltamente será bem conhecida de uma parcela maior do eleitorado.
Terceiro, que o fato de ser pouco conhecida agora pode ser bom ou ruim; tudo dependerá do grau de empatia que Dilma conseguirá estabelecer com seus eventuais eleitores.
É evidente que Dilma já demonstrou ser uma candidata competitiva. Mas a solidez das intenções de voto só poderá ser verificada mais adiante, quando ela se apresentar por inteira ao eleitorado. Esse momento ainda deve demorar mais alguns meses para chegar.
Marqueteiros experientes enxergam o seguinte cenário à frente para Dilma e para a sucessão em geral:
1. Dilma subirá mais ainda nas pesquisas, por inércia das ações do governo (um marketing disfarçado e muito bem articulado) e pela inoculação que receberá da popularidade de Lula;
2. Não será surpresa se Dilma passar José Serra logo após sair da Casa Civil;
3. A candidata do PT começara a estabilizar então em seguida, podendo cair um pouco quando ficar sozinha na planície, sem cargo nem propaganda na TV até o início da campanha;
4. A partir daí, tudo dependera do desempenho do programa eleitoral e da capacidade dos dois principais candidatos, Dilma e Serra, de convencerem o eleitor sobre quem é o mais adequado para seguir a “obra” do super bem avaliado Lula;
5. Será uma campanha dura, mas em teoria muito mais fácil para o PT e para Dilma por conta da grande popularidade de Lula e por causa da desarticulação do PSDB nos Estados e da ausência do mineiro Aécio Neves na campanha tucana (a não ser que venha a ser vice de Serra, o que parece altamente improvável.
Feita a análise e a ressalva a respeito do pouco conhecimento do eleitorado sobre Dilma, é necessário dizer que a pesquisa Datafolha teve um resultado excepcional para a o PT e para a candidata petista.
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